segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Só o que me interessa

Já se foi. O tempo do pranto, do canto e do desencanto. A vontade de me esconder, de desaparecer, sem deixar vestígios nem marcas. Foi duro. Chorar sem poder, sofrer por fazer, querer virar estátua pra não mais botar os pés pelas mãos. Tanto que foi, passou, com um tanto de dificuldade e outro tanto de amor próprio. Amor próprio reforçado por amor alheio. Amor de amigos. Amor de mãe. Nada mais concreto que segurasse a barra pesada, que vinha como aço me derrubar. Passei de fase, mas ainda não estou bem no jogo. Ainda há muitos monstros pra enfrentar, muitos buracos para escapar e vida para conquistar. Mas tenho a certeza, de que com mais serenidade eu fiquei, mais sabedoria, e ah... Eu vi tanto amor. Eu estava sozinha, mas com fé de que a solidão não existia, de fato. Isolada, à margem de mim mesma, como uma concha fechada. Concha do mar que vai e vem, seguindo as ondas, de acordo com Iemanjá. É ela quem manda. É o curso d’água quem me guia. Nesse pouco e infinito tempo, encontrei refúgios, as horas para mim passavam de outra maneira, num outro ritmo. Às vezes mais lento, outras mais velozes como um raio de luz. Raio direto no meu coração e na minha mente. Nos meus passos, nos meus caminhos. Ainda não estou bem. Sinto medo. Medo de regredir e voltar ao choro, cair nas lágrimas, escorregar nelas. Mas sei que caso eu escorregue, terá gente, digo gente, aqueles que honram o prefixo “ser”, que me ajude a levantar e continuar andando. Prosseguir. Quero o vento, quero o sossego, quero a paz na solidão, quero estar cercada, quero quem acalme minha pressa, quero serenidade, quero felicidade, quero risos... Só sorrisos. Quero escrever, quero expressão. Dei-me conta de mim. Estou certa de estar no caminho, muito mais desperta. E na verdade, a tristeza já se foi. Escrevi.

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